Mais que um abrigo, uma casa. Uma experiência de habitação partilhada.
Não sobreviver ou apenas resistir. Viver com outros, ter amigos, ajudar, ser ajudado e não só sonhar, mas conseguir.
Ter um quarto com cama e lençóis para dormir, casa de banho com água quente para a higiene e uma cozinha onde existe comida e equipamento para a preparar.
São as necessidades básicas do ser humano e universalmente consagradas como um direito inalienável. O ponto de partida para qualquer projeto de vida, o pilar que permite a qualquer homem ou mulher sonhar com uma vida melhor e conseguir a autonomia que dignifica, precede a felicidade e o desenvolvimento pessoal.
Este é o objetivo do projeto COLIVING criado pela Associação Novo Olhar: ser o ponto final de um caminho que começa no sonho e acaba na autonomia.
Ser o último degrau da escada que leva ao caminho digno que todos os seres humanos merecem independentemente do seu passado, condição social, conhecimentos e condicionamentos.
Porque todos merecem sonhar, todos merecem conseguir.
A implementação do Apartamento Partilhado de Habitação Temporária – Coliving surge a partir do trabalho da Associação Novo Olhar e do diagnóstico de necessidades efetuado pelo NPISA da Figueira da Foz, tomando-se por demais visível a inexistência no Concelho de estruturas e recursos que deem resposta às fragilidades identificadas, nomeadamente no que concerne aos sem abrigo e pessoas em situação de carência ou de exclusão social.
Com este projeto, pretende-se desenvolver uma ação integrada específica e preventiva dirigida a pessoas em situação de sem-abrigo ou em risco de exclusão social.
Assim, o APHT, tem como objetivo geral, assegurar as condições para a satisfação de necessidades básicas, promovendo a autonomia da Pessoa em Situação de Sem Abrigo (PSSA), incutindo o sentido da responsabilidade pelas suas próprias opções.
Deste modo, pretende-se envolver os beneficiários diretos (sem abrigo e/ou pessoas em situação de carência, ou exclusão social) e indiretos (comunidade) em todo o processo de mudança. Também o envolvimento de uma forma ativa da rede de parceiros, permite agir de forma direcionada para estas problemáticas, abordando-as de forma multidimensional e contribuindo assim para alcançar os resultados pretendidos.
O APHT tem capacidade para acolher 5 adultos, de ambos os sexos, em regime de alojamento.
A permanência no APHT – Coliving corresponde ao período necessário à autonomização das pessoas, não devendo exceder um período superior a 6 meses, prorrogável por mais seis meses, em casos devidamente justificados.
O APHT-ANO encontra-se em funcionamento durante todo o ano, 24h por dia. Os seus serviços são assegurados por uma equipa técnica, em turnos rotativos, abrangendo a totalidade do horário em regime on-call.
O APHT faculta aos residentes a utilização dos espaços comuns da casa e do quarto pessoal, não é permitida a entrada dos residentes nos quartos alheios, 4 refeições diárias, higiene pessoal diária, serviço de lavandaria.
Gabinete no qual se faz um atendimento/acompanhamento técnico suportado por um plano individual de inserção, contemplando várias vertentes:
• Apoio na procura de Emprego/Formação Profissional
• Acompanhamento Psicossocial
Pretende-se com este serviço reestruturar laços familiares fragilizados, proporcionando a reintegração dos utentes na família de origem, promovendo a família nas suas diferentes dimensões.
Dinamização de sessões temáticas abordando diversos temas tais como: Planeamento familiar; Sexualidade; Prevenção do consumo de SPA; Hábitos de higiene e alimentação; Cidadania; Igualdade de género; Economia doméstica;
A dinamização dos diversos ateliers é desenvolvida após avaliação das necessidades formativas dos residentes, sendo que o plano de formação é elaborado depois de ter sido efetuado um diagnóstico inicial. Torna-se igualmente importante dinamizar ateliers de Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação, de forma a possibilitar a aquisição de competências, dotando os beneficiários de uma nova linguagem e de novas metodologias de trabalho.
Fomentar a integração dos residentes em atividades culturais e recreativas, que lhes possibilitem a construção de novas dinâmicas relacionais, a descoberta de novos interesses, alargando a noção de inserção a atividades de lazer e de enriquecimento pessoal e social. Através da prática desportiva pretende-se favorecer a aquisição e reforço da autoestima, da coesão grupal, do sentimento de pertença, assim como a melhoria das condições de saúde física e psicológica.
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Pessoa em Situação de Sem Abrigo (PSSA) em fase de transição na sua trajetória de autonomização e em situação de carência ou precariedade habitacional;
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PSSA com motivação para participar na elaboração e desenvolvimento de um projeto de vida rumo à autonomia e disponibilidade para viver “em grupo”;
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PSSA com autonomia para realizar atividades instrumentais de vida diária;
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PSSA em processo ativo de reinserção com atitude pró-ativa e cooperante na redefinição e prossecução do seu processo de capacitação socioprofissional;
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PSSA com doença crónica e/ou do foro psiquiátrico, devidamente diagnosticada e medicada;
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PSSA sem consumos de Substâncias Psicoativas, disponível para fazer avaliação clínica prévia à admissão, bem como, análises de despiste regulares.
Técnico Superior de Serviço Social
Auxiliar de Ação Directa
– Ficha de Referenciação [DOWNLOAD PDF]